Ciência e Tecnologia

Ciência e Tecnologia

Escaner cerebral permite formar palavras com pensamento, diz estudo

Equipamento auxiliaria pessoas que têm o corpo totalmente paralisado.
Pesquisa foi desenvolvida por grupo da Universidade Maastricht, da Holanda.

 

Um novo dispositivo desenvolvido por pesquisadores da Universidade Maastricht, da Holanda, permite que pessoas completamente paralisadas consigam conversar por meio de um novo escaner cerebral que forma palavras apenas com o pensamento, de acordo com pesquisa publicada nesta quinta-feira (28) na revista científica “Current Biology”.

O dispositivo usa imagem de ressonância magnética funcional (fMRI, na sigla em inglês) para selecionar entre 27 opções, que representam as letras do alfabeto e uma tecla de espaço. Cada escolha produz um padrão diferente de fluxo de sangue no cérebro, detectado e interpretado pelo dispositivo fMRI, de acordo com o artigo científico.

De acordo com comunicado de imprensa divulgado pela Universidade de Maastricht, o novo escaner reaproveitou tecnologias de ressonância cerebral já desenvolvidas e expandiu sua utilidade. Agora, são possíveis diálogos curtos em tempo real.

Isto porque o novo equipamento permite que indivíduos respondam questões de múltipla escolha com quatro ou menos respostas possíveis. O estudo aponta que o novo aparelho usa a "hemodinâmica", respostas do fluxo sanguíneo nos cérebros dos participantes para discernir o que estavam escolhendo.


 

 

 

CIENTISTAS DESENVOLVERAM

 

 

 

TÉCNICA PARA "LER"

 

 

 

PENSAMENTOS

 

 

Analisando ondas cerebrais, programa de computador conseguiu 'adivinhar' palavras nas quais pacientes estavam pensando.

 

Da BBC


Ondas cerebrais revelam palavras em que pensamos (Foto: BBC)Ondas cerebrais revelam palavras em que
pensamos (Foto: BBC)

Cientistas americanos criaram um método para descobrir palavras nas quais pacientes estavam pensando, com base em suas ondas cerebrais.

A técnica, descrita na revista científica "PLoS Biology", se baseia nos sinais elétricos nos cérebros de pacientes que ouviam diferentes palavras. Um computador foi depois capaz de reconstruir os sons nos quais os pacientes estavam pensando.

Segundo os pesquisadores, o método poderia ser usado no futuro para ajudar pacientes em coma ou com síndrome de encarceramento a se comunicar.


Estudos recentes vêm aperfeiçoando maneiras de "ler" pensamentos.

No ano passado, a equipe do cientista Jack Gallant, da Universidade da Califórnia, Berkeley, desenvolveu uma maneira de relacionar os padrões de fluxo sanguíneo no cérebro a determinadas imagens nas quais os pacientes estavam pensando.

Sua equipe se concentrou no giro temporal superior (GTS), uma região do cérebro que não só é parte do aparato auditivo, mas também nos ajuda a entender linguisticamente os sons que ouvimos.

Palavra secreta

Os pesquisadores monitoraram as ondas cerebrais de 15 pacientes selecionados para cirurgia devido a epilepsia ou tumores, enquanto diferentes alto-falantes tocavam gravações contendo palavras e frases.

Eles usaram então um programa de computador para mapear que partes do cérebro reagiam, e de que forma, quando a pessoa ouvia diferentes frequências sonoras.

Depois, os pacientes recebiam uma lista de palavras e escolhiam uma na qual deveriam pensar. Com a ajuda do programa de computador, a equipe conseguia descobrir que palavra havia sido escolhida.

Eles conseguiram até reconstruir algumas das palavras, transformando as ondas cerebrais que eles viam de volta em som, com base nas interpretações feitas pelo computador.

"Este trabalho tem uma natureza dupla: a primeira é a ciência básica de entender como o cérebro funciona. A outra, do ponto de vista protético. Pessoas que têm problemas de fala poderiam usar um aparelho protético, quando elas não conseguem falar, mas conseguem pensar no que elas querem dizer", explicou um dos autores do estudo Robert Knight.

"Os pacientes estão nos dando estas informações, então seria bom podermos dar alguma coisa em troca no fim".

Os cientistas explicam, no entanto, que a ideia de "leitura de pensamento" ainda precisa ser amplamente aperfeiçoada para que aparelhos do tipo se tornem uma realidade.